Realização diária de round multidisciplinar operacional (RMO) em Unidade de Terapia Intensiva

Fernando S. Dias

PROBLEMA
O tempo de permanência prolongado associa-se a probabilidade de maior taxa de complicações e custos em terapia intensiva.

SOLUÇÃO PROPOSTA
Realização diária de round multidisciplinar operacional (RMO).

DIFICULDADES
(1) Criação de um check list com as variáveis que pudessem modificar o status quo;
(2) Inserção do questionário no prontuário eletrônico;
(3) Otimização do tempo no período da manhã, com esta nova atividade.

EXPERIÊNCIA NA RESOLUÇÃO
Foi exposto aos membros da equipe multidisciplinar a importância desta abordagem, que mostrou –se motivada e encarou a proposta como uma medida positiva.

RESULTADO
Feita uma análise de resultados durante um período de seis meses antes da implementação do RMO, considerado período pré-round (P1) e outra análise de seis meses, após um período de seis meses após a implementação do RMO (P2). Foram incluídos 373 pacientes, 137 (36,5%) no P1 e 238 (63,5%) no P2.
As variáveis analisadas foram: idade, gênero, SAPS 3, SOFA, acesso venoso central, cateterização da artéria pulmonar, diálise, infecção adquirida na UTI, reintubação ≤ 48 horas, traqueostomia, tempo de ventilação mecânica, de internação na UTI e hospital, e, sobrevida na UTI e hospitalar.
No P2, apesar do aumento da gravidade avaliada pelo SAPS 3, houve redução da ocorrência de infecção, do tempo de internação na UTI e hospital.

CONCLUSÃO
No P2 embora tenha ocorrido aumento da gravidade, o RMO associou-se à redução da taxa de infecção, tempo de internação na UTI e no hospital. Pode-se inferir que o RMO favorece a redução de custos de pacientes submetidos a tratamento intensivo.