Leptospirose e Síndrome de Weil - Relato de caso

Área: Medicina

CAROLINE SALIM SCHNEIDER
Hospital de Pronto Socorro de Canoas

Caroline Salim Schneider
Raquel de Oliveira Campagnolo
Anna Luiza Schmitz Rodriguez
Danielle Molardi de Aguiar
Carlos Francisco do Bem

INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A leptospirose é uma doença infecciosa bacteriana zoomórfica, febril e aguda, cuja clínica varia desde episódio autolimitado de febre, cefaleia, dor muscular e vômito a uma forma agressiva que evolui com icterícia e falência de múltiplos órgãos - Síndrome de Weil (SW). A SW atinge de 5% a 10% de todos os pacientes com leptospirose e o risco de letalidade chega a até 40%. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de leptospirose e SW. MATERIAL E MÉTODOS: O material foi coletado de dados do prontuário do paciente e analisado posteriormente. RESULTADO E DISCUSSÃO: K.M., feminino, 22 anos, previamente hígida, interna por icterícia, colúria, acolia, dor abdominal e dores articulares. Ao exame, apresentava icterícia +4/+4, febre, taquipneia e crepitantes em bases pulmonares. Exames laboratoriais: Cr 4,6, K 3,0, CK total 300, BT 9,03, BD 7,42, Hb 6,2, Leucócitos 12300, Bastões 10%. TC Abdominal sem alterações. RX Tórax com infiltrado alveolar difuso bilateral. Evoluiu com insuficiência respiratória aguda, síndrome da angústia respiratória do adulto e choque necessitando intubação orotraqueal, droga vasopressora e manobra de prona. Iniciou antibioticoterapia com Ceftriaxone. Em 10 dias evoluiu com resolução da alveolite hemorrágica, IRA e anemia, com hemodinâmica estável e padrões ventilatórios leves. A leptospirose foi confirmada por meio de teste imunológico pelo método ELISA de amostra coletada no 7º dia de evolução da doença. Recebe alta da UTI após 20 dias de internação, em bom estado geral, com resolução do quadro clínico de SW, sem sequelas. CONCLUSÃO: A leptospirose é uma patologia endêmica no Brasil. Nos períodos chuvosos são comuns surtos da doença, pois as inundações propiciam a disseminação e persistência da espiroqueta no meio ambiente. O aumento dos períodos de chuva e a expansão das favelas urbanas cria um ambienta favorável para a expansão da doença, ressaltando a necessidade do pronto diagnóstico e antibioticoterapia precoce.