Isquemia Mesentérica Aguda - Abordagem e Complicações em UTI

Área: Medicina

CAROLINE SALIM SCHNEIDER
Hospital de Pronto Socorro de Canoas

Danielle Molardi de Aguiar
Raquel de Oliveira Campagnolo
Bárbara Mollon Andreazza
Caroline Salim Schneider
Carlos Francisco do Bem

INTRUDUÇÃO E OBJETIVO: A isquemia mesentérica aguda é a manifestação súbita de hipoperfusão do intestino delgado, podendo ser por uma oclusão embólica, trombótica ou doenças dos vasos como aterosclerose e dissecção. Dentre os vasos do suprimento sanguíneo esplênico a artéria mesentérica superior (AMS) é a mais afetada, seguida pelo tronco celíaco e artéria mesentérica inferior. O objetivo do trabalho é relatar um caso de oclusão de AMS e suas complicações. MATERIAL E MÉTODOS: Dados coletados do prontuário do paciente e analisados posteriormente. RESULTADO E DISCUSSÃO: J.N.A, masculino, 48 anos, hipertenso e tabagista, procura atendimento por dor epigástrica de início súbito, associada à náuseas e vômitos. Ao exame, abdome sem sinais de irritação peritoneal. Realizou eletrocardiograma e coleta de marcadores de injúria miocárdica, sem alterações. Angiotomografia evidenciou oclusão de terço proximal de AMS, sendo definida abordagem cirúrgica precoce – embolectomia arterial e peritoniostomia. Após o procedimento, apresentava bom pulso distal com reperfusão de alças satisfatória e nova angioTC sem falhas de enchimento na circulação mesentérica. Em 4 dias, retornou ao bloco cirúrgico para avaliação de alças, que apresentavam bom aspecto, sem edema, cavidade limpa – retirada a peritoniostomia e fechada a aponeurose e pele. Evoluiu com síndrome da angústia respiratória no adulto (SARA), congestão, piora radiográfica importante e choque cardiogênico, sendo instalado balão intra-aórtico (BIA). Realizada ecocardiografia que não exibiu disfunção miocárdica – BIA retirado após 48 horas de evolução. Iniciada hemodiálise estendida para o paciente, que evoluiu com melhora lenta e progressiva, até ter condições de alta da UTI. CONCLUSÃO: A isquemia mesentérica aguda é uma urgência cirúrgica e o diagnostico deve ser realizado o mais breve possível. A suspeita clínica em conjunto com exames de imagens fecham o diagnóstico definitivo e a abordagem deve ser imediata.