Desempenho do músculo adutor do polegar em predizer desnutrição e morbi-mortalidade em pacientes críticos cirúrgicos.

Área: Nutrição

THAINÁ GATTERMANN PEREIRA
Grupo Hospitalar Conceição

Thainá Gattermann Pereira
Flávia Moraes Silva

Introdução e Objetivos: A desnutrição é prevalente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e a utilização dos métodos tradicionais de avaliação nutricional é limitada, sendo ainda incipiente a aplicabilidade de métodos alternativos. O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho da Espessura do Músculo Adutor do Polegar (EMAP) em predizer estado nutricional e morbimortalidade de pacientes críticos cirúrgicos. Material e Métodos: Estudo de coorte com pacientes críticos cirúrgicos, adultos, de ambos os sexos, acompanhados desde o ingresso na UTI cirúrgica até a alta hospitalar. A avaliação nutricional incluiu Avaliação Subjetiva Global (ASG), EMAP, circunferência do braço (CB), peso, estatura e circunferência da panturrilha (CP). Tempo de internação hospitalar (TI), tempo de internação na UTI (TIU) e mortalidade foram avaliados. Resultado e Discussão: Foram avaliados 65 pacientes (71% homens, 59,817,0 anos, 64% cirurgia eletiva), dentre os quais 12,3% foram a óbito. Foi observada desnutrição em 61,6% dos pacientes a partir da ASG (ASG B 38,5%; ASG C 23,1%). Valores de EMAP < 14,8mm apresentaram sensibilidade e especificidade igual a 62,9% e 58,3%, respectivamente, para predizer desnutrição (AUC = 0,611; IC95% (IC95% 0,459 – 0,762; p = 0,151), com desempenho não satisfatório. Correlação positiva significativa entre EMAP e indicadores antropométricos foi observada (CB = 0,432 e CP = 0,579). Foi observada correlação inversa entre EMAP e TIU (r=-0,351; p=0,006) e uma chance 5,5 vezes maior para permanência na UTI por mais de três dias nos pacientes com EMAP < 15 em comparação àqueles com EMAP > 15 mm (OR = 5,494; IC95% 1,824 – 16,552; p = 0,002). Quando comparados pacientes sobreviventes e não sobreviventes não foi observada diferença significativa entre os valores de EMAP (14,8±3,6 versus 13,7±5,7; p=0,487). Conclusão: a EMAP não apresentou desempenho satisfatório em predizer desnutrição, enquanto demonstrou ser um bom preditor de tempo de internação na UTI.