Você sabe o que são cuidados paliativos?

Há várias afirmações erradas quando se fala em cuidados paliativos. Muitas pessoas acreditam que servem apenas para atender o paciente no final da vida. Por isso, preparamos uma lista com os principais mitos envolvendo esse assunto. 

1- “Cuidados paliativos são para deixar morrer”: é preciso desmistificar esse tipo de pensamento. O paciente do cuidado paliativo irá morrer, mas as questões que devem ser discutidas é quando e de que forma isso ocorrerá. Esse doente irá  sofrer? Os sintomas serão controlados? Ou terá uma boa morte, com dignidade e cuidados holísticos? Além disso, o papel do paliativista precisa ser esclarecido. Segundo a OMS, o cuidado paliativo visa promover a qualidade de vida dos pacientes e familiares que enfrentam doenças sem cura. Requer identificação precoce do problema, avaliação e tratamento da dor.

2- “Se o paciente está em cuidados paliativos, é porque não há mais nada a fazer”: por mais que não haja uma cura, é possível melhorar o dia a dia do paciente, basta ter conhecimento e disposição. Cuidar paliativamente exige tempo, uma equipe capacitada e comprometimento. É necessário compreender quais as reais necessidades do paciente, sejam físicas, psicológicas ou espirituais.

3- “Sedação paliativa acelera a morte do paciente”: a sedação paliativa tem indicações formais, ou seja, o paciente só é sedado caso haja sintomas refratários e demais tentativas de controle não tenham funcionado. Existe um consenso ético chamado Princípio do Duplo Efeito, aceito pela legislação brasileira, em que a administração da medicação para alívio da dor é moralmente neutra ou boa. O controle da dor (bom efeito) é suficiente caso se deva justificar a aplicação.

4- “Quem está em cuidados paliativos está em fase terminal”: essa frase é errada, pois o paciente não se encontra, necessariamente, no fim da vida. O acompanhamento tem de iniciar no momento do diagnóstico, já que irá diminuir significativamente o sofrimento.

O melhor método de combate a crenças inadequadas é o conhecimento. A boa informação é essencial, orientando os profissionais e a família do paciente. No Brasil, o tema ainda gera controvérsias e diversas afirmações equivocadas, o que torna primordial explicar a importância dos cuidados paliativos à saúde do paciente.