A informação como aliada na busca por eficiência nas Unidades de Terapia Intensiva no Brasil
Neste contexto, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), por meio do Projeto UTIs Brasileiras e, em parceria com o Programa Epimed Governança Clínica, está auxiliando secretarias estaduais e municipais de saúde a caracterizar o perfil epidemiológico dos pacientes críticos das UTIs, compartilhando informações e fornecendo dados para orientar as políticas de saúde e a melhoria do cuidado.
O programa Epimed Governança Clínica atua, com equipe exclusiva, desde a coleta de dados de sistemas administrativos e/ou clínicos ou disponíveis em documentos em visitas diárias, gerando relatórios, informes, painéis e gráficos a fim de contribuir com a gestão clínica assistencial, redução de custos e melhoria da qualidade assistencial. Este programa, exclusivo ao setor público, já está presente em mais de 7 secretarias de saúde, 93 hospitais, 2.820 leitos de UTI, entre Adulto, Neonatal e Pediátrico, e monitora ainda outros 14.000 leitos de internação. Além disso, a Epimed por sua vez está presente em mais de 750 hospitais em todo o Brasil e outros sete países, gerenciando mais de 20.000 leitos de terapia intensiva, com mais de quatro milhões de pacientes em sua base de dados.
Na noite desta última quarta-feira (24), estavam reunidos em Brasília, representantes da AMIB, da Epimed, secretários estaduais e municipais de saúde e equipes. Eles participaram da entrega de Placas de Reconhecimento aos gestores que aderiram e empenharam esforços em conjunto com as suas equipes ao Programa Epimed Governança Clínica que contribuíram e contribuem para o desenvolvimento do Projeto UTIs Brasileiras AMIB.
“No momento de crise, atuamos junto ao governo para aumentar a alocação de recursos humanos em terapia intensiva e reivindicamos a liberação de ventiladores mecânicos, utilização e abertura de leitos, além da criação de unidades intermediárias, entre outras iniciativas. Para isso, precisávamos de critérios e regime de contingência”, explicou o presidente da AMIB, Marcelo Maia. Ele alegou que, com dados estruturados em um grande e único banco de dados seria possível entender a qualidade e segurança das terapias intensivas públicas e privadas no Brasil.
O coordenador do projeto UTIs Brasileiras, Ederlon Rezende, enfatizou que as UTIs dependem de recursos humanos especializados e organização para o pleno funcionamento, reiterou que a coleta de dados e de informação é crucial. “O perfil epidemiológico do Projeto UTIs Brasileiras é o maior banco de dados do mundo e precisamos avançar, aumentar a participação das UTIs públicas para tornar mais robustas as informações do banco de dados, amparando estrategicamente as decisões que direcionam as políticas públicas de saúde”. Rezende também alertou quanto ao modelo de financiamento da terapia intensiva no Brasil, feito a partir do tempo de permanência e não da eficiência das unidades.
Entre os estados homenageados, estiveram presentes o presidente do CONASS e Secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes; o Secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Eduardo Lula; a Secretária de Saúde de Sergipe, Mércia Feitosa, e a representante da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, Mariana Bezerra. O Secretário de saúde do município de Aparecida de Goiânia, Alessandro Magalhães, também recebeu a placa de homenagem. Os Secretários de Saúde de Pernambuco, André Longo; do Amapá, Juan Mendes; do Rio Grande do Norte, Cipriano Maia; e de Santa Catarina, André Motta Ribeiro; e a assessora técnica do CONASS, Carla Ulhoa, também participaram do evento.
Principais indicadores
Presente em quase 100 hospitais e aproximadamente 14 mil leitos monitorados da rede de saúde pública, o programa contribui com o trabalho das secretarias estaduais e municipais de saúde por meio de relatórios diários de internações, previsibilidade de leitos, estimativa da duração atual da internação do paciente e o risco para longa permanência, assim como a otimização dos leitos visando, entre outros indicadores, o uso efetivo da rede de leitos monitorada e a redução de custos.
Conforme detalhou Mauricio Velasco, coordenador médico da Epimed, o programa também permite comparações entre resultados e patologias com a finalidade de direcionar de forma padronizada a tomada de decisão. “O programa já resultou, por exemplo, a disponibilidade de mais de 1600 leitos/dia por meio da melhoria dos processos do programa. Por meio de inteligência artificial, e utilizando uma base de quatro milhões de pacientes, é possível melhorar a qualidade da assistência com auxílio de benchmarking de Rede, em hospitais do país e até do exterior e buscar, com isto, a melhora de performance das UTIs e leitos de enfermaria e, consequentemente, a redução dos custos hospitalares, o que é fundamental para a saúde financeira dos hospitais em todo país”.
Conheça o Projeto UTIs Brasileiras, da AMIB em parceria com a Epimed, e o Programa Governança Clínica.
Fonte: AMIB - Associação de Medicina Intensiva Brasileira