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O impacto das comorbidades na qualidade de vida após internação na UTI: um estudo de coorte prospectivo

Tema: Medicina

JUçARA GASPARETTO MACCARI, CAROLINE ROBINSON, ROSELAINE PINHEIRO OLIVEIRA, REGIS GOULART ROSA, MAICON FALAVIGNA, MARINA BESSEL, LAURA CORSO CAVALHEIRO, VITóRIA HOMEM MACHADO, GREGORY SARAIVA MEDEIROS, ÉVELIN SANCHES, FRANCINE DUTRA, CAMILA DIETRICH, JULIANA RESENDE, DANIEL SGANZERLA, RODRIGO JEFFMAN, RENATA KOCHHANN, RAFAELA DE MOURA, MARIANA SANTOS, FREDERICO KLEIN GOMES, CASSIANO TEIXEIRA

Hospital Moinhos de Vento
Porto Alegre/RS



Introdução: O diagnóstico de doenças crônicas é comum no doente crítico, e sua gravidade pode influenciar na recuperação desses pacientes. Objetivo: Avaliar a associação entre a presença de comorbidades e a qualidade de vida após a internação na unidade de terapia intensiva (UTI). Métodos: Estudo de coorte prospectivo, multicêntrico, realizado em UTIs clínico-cirúrgicas de Porto Alegre, entre março de 2014 e outubro de 2016. Os pacientes (> 18 anos) e com tempo de internação na UTI maior de 48 horas, foram avaliados em 3, 6 e 12 meses após a alta da UTI. A presença de comorbidades foi classificada conforme o Índice de Comorbidade de Charlson, e a qualidade de vida foi medida através do questionário SF-12v2. Foram também avaliados mortalidade por todas as causas e readmissão hospitalar durante o seguimento. Resultados: No total, 413 pacientes foram avaliados. A média do Índice de Comorbidades de Charlson foi 2,5 (DP 2,3). Maior índice de comorbidade foi associado com maiores taxas de mortalidade pós-alta (OR 1,2; IC95% 1,12-1,29), maior taxa de readmissão em 6 meses (OR 1,19; IC95% 1,05-1,35) e 12 meses (OR 1,22; IC95% 1,08-1,39), bem como com menores escores do componente físico do SF-12v2 em 3 meses (beta -1,22; IC95% -1,88 a -0,55), 6 meses (beta -1,34; IC95% -2,13 a -0,54) e 12 meses (beta -1,18; IC95% -2,04 a -0,33). Não foi encontrada associação entre a presença de comorbidades e o componente mental do SF-12v2.

Conclusão: A presença de comorbidades foi associada com pior qualidade de vida após alta da UTI e maior taxa de mortalidade e de readmissão hospitalar após 1 ano.




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