Comunicado Oficial - Carta Aberta a todos os gaúchos
Além de faltar respiradores, podem faltar diversos outros insumos necessários aos cuidados destes pacientes, em especial sedativos, antibióticos, máquinas de diálise, dispositivos de entrega de oxigênio e monitores. Corremos o risco de, além de não oferecermos respiradores a todos que precisam, não conseguirmos oferecer o cuidado mínimo necessário para a recuperação dos pacientes.
Infelizmente não há fórmula mágica para revertermos esse cenário.
Gostaríamos muito que houvesse algum tratamento, precoce e efetivo, que reduzisse a gravidade da doença ou que diminuísse o número de infectados. Aliviaria a pressão sobre os hospitais e sobre os trabalhadores da linha de frente, onde estamos lutando há um ano. Nenhum de nós gosta de falar para um pai, uma mãe, um filho ou uma esposa que o seu familiar amado vai morrer. Nenhum de nós gosta de perder um paciente para esta doença.
A única solução é a vacinação em massa da população. Só que ela depende da ação dos governos. Vai demorar. Portanto, a saída agora é controle do vírus. É seguir os protocolos vigentes no RS, respeitando o distanciamento social, evitando-se aglomerações e encontros fortuitos, higienizando a mão, utilizando-se a máscara. Pode ter certeza de que é muito mais confortável seguir estas regras do que conviver com um tubo na garganta por 15, 20 dias. Não há outra opção. Possivelmente os infectados desta semana não terão leito de UTI para eles, caso precisem, porque os atuais vão estar ocupados. E não há mais espaço, nem material, nem gente, para mais leitos. O cenário é amedrontador, para todos.
Vai passar, de um jeito ou de outro vai passar. Se vai ser do melhor jeito possível, depende das nossas atitudes.
Wagner Luis Nedel
Presidente SOTIRGS