Para insuficiência respiratória não é possível o tratamento domiciliar. Cuidado!
Supostamente isso tem ocorrido devido ao crescente medo da hospitalização. Dessa forma torna-se essencial alertar à comunidade médica e à população leiga, que a única forma segura e eficiente de conduzir pacientes acometidos por COVID-19 e com sinais de insuficiência respiratória é por meio da internação hospitalar e, assim, poder lançar mão precocemente da utilização de técnicas de suporte respiratórias invasivas e não invasivas conforme o caso.
A intubação orotraqueal seguida de ventilação mecânica invasiva é procedimento seguro realizado há décadas em UTIs de todo mundo e esta é a única estratégia de suporte para manter vivos os pacientes acometidos da forma mais grave da pneumônica com a forma de síndrome respiratória aguda grave. No entanto é importante saber que a ventilação mecânica deve ser feita por profissionais qualificados que utilizam estratégias chamadas de ventilação mecânica protetora e pelo menor tempo possível a fim de diminuir as complicações associadas à ventilação prolongada. Neste sentido, postergar a intubação de pacientes graves pode piorar os desfechos. A intubação do paciente deve ser realizada na hora certa, nem antes nem depois.
É, portanto, crucial o esclarecimento imediato de todos, que a condução especializada do suporte com ventilação mecânica desses pacientes tem mudado e melhorado de forma significativa a mortalidade de casos graves. Na verdade, a Ventilação Mecânica é a única terapia consagrada há muitas décadas, como capaz de evitar mortes em pacientes que não respondem à simples suplementação de oxigênio sem ajuda de aparelhos.
É necessário entender que o tratamento de pacientes em formas moderadas e graves de COVID-19, necessitam de internação em virtude do risco potencial de piora clínica, necessidade de administração de oxigênio sob diversas formas e, em muitas situações, o uso de ventilação mecânica – seja na forma não invasiva, seja na maneira invasiva – e que esse manejo não é possível de condução a nível domiciliar. Estes pacientes, além de requererem uso intercalado de técnicas de suporte respiratório, precisam de monitorização contínua e ainda de exames laboratoriais frequentes, como a análise sequencial de gases respiratórios (níveis de oxigênio e gás carbônico no sangue). O retardo nas internações desses casos tem resultado em mortes potencialmente evitáveis.
Fonte: AMIB - Associação de Medicina Intensiva Brasileira